quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Físicos não aceitam o Big Bang e dizem que o início de tudo ocorreu por um Big Chill


A imagem tradicional do nascimento do Universo sugere que toda matéria passou a existir após uma explosão cataclísmica há 13 bilhões de anos. Mas este modelo teórico está sendo confrontado por uma nova teoria que sugere que o Universo congelou, passando a existir após um “Big Chill”. Físicos teóricos da Universidade de Melbourne disseram que a melhor metáfora para o início do Universo pode ser considerado como a água que congela, transformando-se em gelo. Nesta nova teoria, as três dimensões espaciais e uma dimensão de tempo “congelaram-se” em seus lugares – e os físicos sugerem que poderíamos aprender sobre as ‘rachaduras no tempo e espaço’ através de observações nas fendas naturais ocorridas em partículas de gelo. Os pesquisadores afirmam que a nossa compreensão da natureza do Universo poderia sofrer uma revolução através das investigações com cristais de gelo. O projeto é do físico James Quach. O novo modelo teórico faz parte da longa busca da humanidade para compreender a origem de tudo o que existe. “Antigos filósofos gregos se perguntavam do que as coisas eram feitas: de uma substância contínua ou átomos individuais? Com microscópios muito poderosos, agora sabemos que a matéria é compota de átomos”, comentou Quach ao DailyMail. Ele prossegue: “Milhares de anos depois, Albert Einstein assumiu que o espaço e o tempo eram contínuos e fluíam sem problemas, mas agora acreditamos que esta hipótese não pode ser válida em escalas muito pequenas”. “Uma nova teoria, conhecida como Graphity Quantum, sugere que o espaço pode ser feito de blocos invisíveis, assim com ocorre com os átomos minúsculos. Esses blocos indivisíveis podem ser pensados como semelhantes aos pixels que formam uma imagem na tela”. “O desafio se dá no fato de que esses blocos de construção são muito pequenos e impossíveis de serem visualizados diretamente”. Apesar das dificuldades e ‘impossibilidades’, Quach e seus colegas acreditam terem descoberto uma maneira de observar esses blocos: “Pense o início do Universo como sendo um líquido. Então, quando o Universo esfriar, irá cristalizar”. Pensando assim, quando tudo esfriasse formando cristais, espera-se que rachaduras se formem, exatamente como ocorre quando a água congela. Uma equipe da RMIT University chefiada por Andrew Greentree disse que alguns desses “defeitos” (rachaduras) são visíveis: “Partículas de luz e outras podem, em teoria, detectar esses defeitos”, declarou Greentree. A equipe calculou alguns destes efeitos e suas previsões são verificadas experimentalmente. A questão agora é saber se o espaço é liso ou constituído a partir de pequenas partes indivisíveis

Irã surpreende e lançará macaco ao espaço nos próximos dias



O Irã não é exatamente uma potência espacial, mas também não está poupando esforços para isso. Com o objetivo de aprimorar seu conhecimento nesta área estratégica o país agora pretende lançar um macaco em vôo suborbital e trazê-lo são e salvo de volta à Terra. A data de lançamento ainda não foi definida, mas de acordo com o último comunicado da agência espacial iraniana, ISA, o lançamento do foguete estava previsto para acontecer após o Ramadã (mês sagrado islâmico), que terminou em 19 de agosto. Essa não é a primeira vez que o país mostra interesse em colocar animais em órbita. Em janeiro de 2012 um foguete do tipo Saffir levou ao espaço a cápsula Kavoshgar-3, tendo a bordo minhocas, um rato e duas tartarugas. O ponto significativo foi que os animais retornaram à Terra em segurança, demonstrando que o país já detém, pelo menos parcialmente, capacidade de retornar cargas do espaço. O próximo vôo pretende levar ao espaço um macaco da espécie Rhesus (macaca Mullatta), um primata da família Cercopithecidae que habita as florestas temperadas da Índia, China e Afeganistão. Pelas suas características os rhesus são extensivamente estudados e usados em experiências laboratoriais, sendo que o fator sanguíneo Rh foi primeiro demonstrado em macacos dessa espécie. Se tudo der certo e o macaco for trazido com segurança a Terra, o experimento deverá ser o maior avanço do programa espacial iraniano. "Isso deverá demonstrar a capacidade do país de trazer cargas científicas colocadas em órbita, o que não é tão simples assim", disse o especialista em uso militar do espaço Bhupendra Jasani, ligado ao King’s College London. "Apesar de ser um grande avanço, a colocação de humanos no espaço deverá levar ainda alguns anos", completou. Jasani. As incursões iranianas na exploração espacial têm surpreendido os especialistas internacionais devido à sua velocidade e capacidade de sigilo. O país já lançou três satélites domésticos e um quarto está para ser lançado nos próximos meses. Atualmente, o Irã é o nono país com capacidade de colocação de satélites em órbita baixa e o sexto a enviar animais para o espaço.

Planeta 'engolido' por estrela alimenta hipóteses sobre possível fim da Terra



Astrônomos encontraram evidências de um planeta que teria sido "devorado" por sua estrela, dando fôlego a hipóteses sobre qual poderia ser o destino da Terra dentro de bilhões de anos. A equipe descobriu indícios de um planeta que teria sido "engolido" ao fazer uma análise sobre a composição química da estrela hospedeira. Eles também acreditam que um planeta sobrevivente que ainda gira em torno dessa estrela poderia ter sido lançado a uma órbita incomum pela destruição do planeta vizinho. Os detalhes do estudo estão na publicação científica Astrophysical Journal Letters. A equipe, formada por americanos, poloneses e espanhóis fez a descoberta quando estava estudando a estrela BD 48 740 - que é um de uma classe estelar conhecida como gigantes vermelhas. As observações foram feitas com o telescópio Hobby Eberly, no Observatório McDonald, no Texas. O aumento das temperaturas próximas aos núcleos das gigantes vermelhas faz com que essas estrelas se expandam, destruindo planetas próximos. "Um destino semelhante pode aguardar os planetas do nosso sistema solar, quando o Sol se tornar uma gigante vermelha e se expandir em direção à órbita da Terra, dentro de cerca de cinco bilhões de anos", disseo professor Alexander Wolszczan, da Pennsylvania State University, nos EUA, co-autor do estudo. A primeira evidência de que um planeta teria sido "engolido" pela estrela foi encontrada na composição química peculiar do astro. A BD 48 740 continha uma quantidade anormalmente elevada de lítio, um material raro criado principalmente durante o Big Bang, há 14 bilhões de anos. O lítio é facilmente destruído no interior das estrelas, por isso é incomum encontrar esse material em altas concentrações em uma estrela antiga. "Além do Big Bang, há poucas situações identificadas por especialistas nas quais o lítio pode ser sintetizado em uma estrela", explica Wolszczan. "No caso da BD 48 740, é provável que o processo de produção de lítio tenha sido desatado depois que uma massa do tamanho de um planeta foi engolida pela estrela, em um processo que levou ao aquecimento do astro." A segunda evidência identificada pelos astrônomos está relacionada a um planeta recém-descoberto que estaria desenvolvendo uma órbita elíptica em torno da estrela gigante vermelha. Esse planeta tem pelo menos 1,6 vezes a massa de Júpiter. Segundo Andrzej Niedzielski, co-autor do estudo da Nicolaus Copernicus University em Torun, na Polônia, órbitas com tal configuração não são comuns nos sistemas planetários formados em torno de estrelas antigas. "Na verdade, a órbita desse planeta em torno da BD 48 740 é a mais elíptica já detectada até agora", disse Niedzielski. Como as interações gravitacionais entre planetas são em geral responsáveis por órbitas incomuns como essa, os astrônomos suspeitam que a incorporação da massa do planeta "engolido" à estrela poderia ter dado a esse outro planeta uma sobrecarga de energia que o lançou em uma órbita pouco comum. "Flagrar um planeta quando ele está sendo devorado por uma estrela é improvável por causa da rapidez com a qual esse processo ocorre", explicou Eva Villaver da Universidade Autônoma de Madri, na Espanha, uma das integrantes da equipe de pesquisadores. "Mas a ocorrência de tal colisão pode ser deduzida a partir das alterações químicas que ela provoca na estrela." "A órbita muito alongada do planeta recém-descoberto girando em torno dessa estrela gigante vermelha e a sua alta concentração de lítio são exatamente os tipos de evidências da destruição de um planeta."

Hubble observa aglomerados de estrelas em rota de colisão



Astrônomos usando dados do telescópio espacial Hubble captaram dois aglomerados repletos de estrelas massivas que podem estar nos estágios iniciais de fusão. Os aglomerados estão a 170.000 anos-luz de distância, na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia pequena, satélite da nossa Via Láctea. Inicialmente se pensava ser apenas um aglomerado no núcleo da região de formação de estrelas denominada 30 Doradus (também conhecida como a nebulosa Tarântula), mas foi encontrado uma composição de dois grupos que diferem na idade em cerca de um milhão de anos. Todo o complexo 30 Doradus tem sido uma região de formação estelar ativa por 25 milhões de anos, e atualmente é desconhecido quanto tempo esta região pode continuar a criar novas estrelas. Sistemas menores que se mesclam em outros maiores poderiam ajudar a explicar a origem de alguns dos maiores aglomerados de estrelas conhecidos. A cientista Elena Sabbi, do Space Telescope Science Institute em Baltimore, Maryland, e sua equipe começaram a olhar para a área durante a procura de estrelas em fuga, estrelas com movimento rápido que foram expulsas de seus berçários estelares onde se formaram. "Estrelas supostamente deveriam se formar em aglomerados, mas há muitas estrelas jovens no 30 Doradus que não poderiam se formar onde estão, elas podem ter sido ejetada a uma velocidade muito elevada a partir de 30 Doradus", disse Sabbi. Ela então percebeu algo incomum a respeito do aglomerado quando se olha para a distribuição das estrelas de baixa massa detectadas pelo Hubble. Não é esférica, tal como era esperado, mas tem características um pouco semelhante à forma de duas galáxias que se fundem onde as suas formas são alongados pela força da gravidade das marés. Indícios do Hubble para a fusão iminente vem de uma estrutura alongada em um dos aglomerados, e da mensuração de uma idade diferente entre os dois aglomerados. De acordo com alguns modelos, as nuvens de gás gigantescas, dos quais formam aglomerados de estrelas podem fragmentar em pequenos pedaços. Uma vez que esses pequenos pedaços precipitam estrelas, elas poderiam interagir e se fundirem para se tornar um grande sistema. Além disso, há um número extraordinariamente grande de estrelas de alta velocidade em torno de 30 Doradus que foram expulsas do núcleo de 30 Doradus, como resultado de interações dinâmicas. Estas interações são muito comuns durante um processo chamado de colapso do núcleo, em que mais estrelas maciças afundam para o centro de um aglomerado por interações dinâmicas com estrelas de menor massa. Quando muitas estrelas massivas alcançarem o núcleo, o núcleo torna-se instável e estas estrelas de grande massa começam ejetar as de menor massa a partir do aglomerado. O grande aglomerado R136 no centro da região 30 Doradus é muito jovem e já experimentou um colapso do núcleo. No entanto, uma vez que em sistemas menores o colapso do núcleo é muito mais rápido, o grande número de estrelas de fuga que foi encontrado na região de 30 Doradus pode ser melhor explicado se um pequeno aglomerado estiver incorporado ao R136. Estudos irão acompanhar a área com maiores detalhes e em maior escala para ver se outros aglomerados estarão interagindo com os observados. Em particular, a sensibilidade no infravermelho do futuro telescópio James Webb Space Telescope (JWST), vai permitir aos astrônomos olhar profundamente para as regiões da Nebulosa da Tarântula que são obscurecidas na luz visível. Nessas regiões as estrelas mais frias estão escondidas dentro de casulos de poeira. Esta descoberta fornece a compreensão dos detalhes da formação de aglomerados e como as estrelas se formaram no início do Universo.

Russos equipando a ISS



Os cosmonautas russos Gennady Padalka (acima), comandante da Expedição 32 e Yuri Malenchenko, engenheiro de vôo, participaram de uma sessão da chamada atividade extra-veicular, ou EVA para continuar o abastecimento da Estação Espacial Internacional. Durante cinco horas, e 51 minutos de caminhada espacial realizada no dia 20 de Agosto de 2012, Padalka e Malenchenko moveram o mastro de carga Strela-2 do compartimento de acoplagem Pirs para o módulo Zarya, preparando o Pirs para uma eventual troca com um novo módulo laboratorial de multi-propostas russo. Os dois cosmonautas também instalaram escudos contra detritos de micrometeoros no exterior do módulo de serviço Zvezda e lançaram um pequeno satélite científico.

41 novos planetas transitando o campo de visão do Kepler



Dois novos estudos verificaram 41 novos planetas em trânsito em 20 sistemas estelares. Esses resultados podem aumentar o número de planetas confirmados em mais de 50%, para 116 planetas em 67 sistemas, mais da metade desses sistemas contém mais de um planeta. Dezenove dos novos sistemas planetários validados têm dois planetas de trânsito bem próximos e um sistema desses têm três. Cinco desses sistemas são comuns a ambos os estudos. Os planetas têm tamanhos variando desde o tamanho da Terra até tamanhos mais que sete vezes maiores que a Terra, mas geralmente as órbitas desses planetas são muito próximos de suas estrelas de modo que são muito quentes e por isso mundos inóspitos. Os planetas foram confirmados através da análise do Transit Timing Variations (TTVs). Em sistemas próximos, a força gravitacional dos planetas causam a aceleração ou desaceleração de um planeta ao longo de sua órbita. Essas variações fazem com que o período de cada planeta mude de uma órbita para outra. A análise do TTV demonstra que dois planetas candidatos estão no mesmo sistema e suas massas são planetárias em natureza. “Esses sistemas, com suas grandes interações gravitacionais nos fornecem importantes pistas sobre como os sistemas planetários se formam e se desenvolvem”, disse o pesquisador líder Jason Steffen, um pós-doutorando no Fermilab Center for Particle Astrophysics em Batavia, Ill. “Essa informação nos ajuda a entender como o nosso Sistema Solar se ajustou à população de todos os sistemas planetários”. As duas equipes se pesquisa usaram dados do telescópio espacial Kepler da NASA, que mediu a queda no brilho de mais de 150.000 estrelas, pesquisando por planetas transitando suas estrelas. “Esse grande volume de candidatos a planetas sendo identificados pelo Kepler está inspirando equipes a buscarem por processos de confirmação e caracterização diferentemente. Essa técnica de confirmação TTV pode ser aplicada a um grande número de sistemas de forma rápida e com poucas ou nenhuma observação feita por telescópios em Terra”, disse Natalie Batalha, cientista da missão Kepler no Ames Research Center da NASA em Moffett Field, Califórnia. “Talvez o gargalo entre identificar planetas candidatos e confirmar esse planeta está ficando mais amplo”. O Ames Research Center em Moffett Field, na Calfórnia, administra o desenvolvimento do sistema terrestre do Kepler, as operações de missões e a análise de dados científicos. O Laboratório de Propulsão a Jato em Pasadena na Califórnia, administra o desenvolvimento da missão do Kepler. A empresa Ball Aerospace and Technologies Corp. Em Boulder, Colorado, desenvolveu o sistema de vôo do Kepler e suporta as operações com o Laboratory for Atmospheric and Space Physics na Universidade do Colorado em Biulder. O Space Telescope Science Institute em Baltimore arquiva, hospeda e distribui os dados científicos do Kepler.

Núcleo da Via Láctea tem jatos fantasmas de raios gama



Em 2010, astrônomos descobriram que a Via Láctea possui duas bolhas gigantescas, projetando-se para baixo e para cima de seu centro. Mas nem tudo foi visto naquela ocasião: há também os resquícios de jatos de raios gama projetando-se na mesma direção das bolhas, só que ligeiramente inclinados. Os raios gama são a forma mais energética da luz. E os astrônomos descobriram que, ao estudar esse resquício de emissão gama - que eles chamam de "emissão fantasma de raios gama" - é possível "ler" nessa radiação importantes informações sobre a história da nossa galáxia. Em comparação com os bilhões de galáxias que os telescópios conseguem enxergar, nossa Via Láctea parece ser atipicamente calma - pelo menos até a trombada aparentemente inevitável com Andrômeda. Galáxias mais ativas têm núcleos que brilham fortemente, alimentadas pelas emissões geradas quando os super buracos negros no seu centro engolem estrelas, poeira cósmica e gases. Esses banquetes de buraco negro geralmente provocam emissões de jatos de raios gama extremamente potentes. A Via Láctea também tem seu super buraco negro, só que ele parece estar bem saciado. Mas o que os astrônomos descobriram é que a "emissão fantasma de raios gama" é uma pálida lembrança de dias bem mais turbulentos, e não muito distantes no passado. "Essas emissões débeis são um espectro, como um fantasma, daquilo que existiu milhões de anos atrás," disse Mengu Su, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, um dos autores da descoberta. "Eles reforçam o quadro de um núcleo galáctico ativo na Via Láctea até muito recentemente," acrescentou. Os dois feixes, ou jatos, foram revelados por imagens do telescópio espacial Fermi, que possui o mais sensível detector de raios gama já lançado ao espaço. Eles se estendem, partindo do centro da galáxia, até uma distância de 27.000 anos-luz, acima e abaixo do plano galáctico. Enquanto as bolhas anteriormente descobertas alinham-se perpendicularmente ao eixo da galáxia, os jatos de raios gama têm uma inclinação de 15 graus. Os astrônomos acreditam que isso possa ser resultado de uma inclinação do disco de acreção do buraco negro galáctico, uma espécie de "anel" de matéria que se estende além do horizonte de eventos, e que lhe serve de "alimento", permitindo que o buraco negro cresça.

A Via Láctea tem agora um gêmeo (ou dois)



Uma pesquisa apresentada na Assembléia Geral da União Astronômica Internacional em Pequim confirma a descoberta do primeiro grupo de galáxias que é tal como a nossa, uma visão rara no Universo local. A Via Láctea é só por si uma galáxia bastante típica, mas em conjunto com as suas vizinhas próximas - as Nuvens de Magalhães - é muito rara, e podia ser única, até que um estudo do nosso Universo local descobriu outros dois exemplos tal como o nosso. O astrônomo Aaron Robotham, do ICRAR (Centre for Radio Astronomy Research) da Universidade da Austrália Ocidental e da Universidade de St. Andrews na Escócia procurou grupos de galáxias parecidas com a nossa no mapa mais detalhado até agora do Universo local, o GAMA (Galaxy and Mass Assembly). "Nunca tínhamos descoberto outro sistema de galáxias tal como a Via Láctea até agora, o que não é surpreendente tendo em conta quão difíceis são de avistar! Só recentemente foi possível fazer o tipo de análises que nos permite encontrar grupos semelhantes," afirma o Dr. Robotham. "Tudo tinha que ficar em sintonia: precisamos de telescópios poderosos o suficiente para detectar não só as galáxias, como também as suas tênues companheiras, precisávamos estudar grandes seções do céu, e acima de tudo precisávamos ter a certeza que não saltávamos nenhumas galáxias na pesquisa." As sofisticadas simulações de como as galáxias se formam não produzem muitos exemplos similares à Via Láctea e aos seus arredores, prevendo que sejam uma ocorrência muito rara. Os astrônomos não eram capazes de dizer quão rara até agora, com a descoberta de não apenas uma, mas duas correspondências exatas entre as centenas de milhares de galáxias pesquisadas. "Descobrimos que aproximadamente 3% das galáxias parecidas com a Via Láctea têm galáxias-satélite como as Nuvens de Magalhães, o que é muito raro. No total, descobrimos 14 sistemas galácticos parecidos com o nosso, e desses apenas 2 são uma correspondência quase exata," afirma o Dr. Robotham. A Via Láctea está trancada numa complexa dança cósmica com as suas íntimas companheiras, a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães, facilmente visíveis no céu noturno do hemisfério sul. Muitas galáxias têm em órbita galáxias menores, mas poucas têm duas tão grandes quanto as Nuvens de Magalhães. O trabalho do Dr. Robotham também mostra que embora companheiras como as Nuvens de Magalhães sejam raras, quando são descobertas, são normalmente descobertas perto de uma galáxia muito parecida com a Via Láctea, o que significa que estamos no local ideal e na altura ideal para observar este espetáculo no nosso céu noturno. "A Galáxia onde vivemos é perfeitamente normal, mas as vizinhas Nuvens de Magalhães são uma ocorrência rara e possivelmente de curta duração. Devemos apreciá-las enquanto podemos, só vão cá ficar durante mais alguns milhares de milhões de anos," acrescenta o Dr. Robotham. O Dr. Robotham e colegas conseguiram obter mais tempo nos telescópios na Nova Gales do Sul e no Chile para estudar estes sistemas gêmeos da Via Láctea que descobriram. O estudo GAMA é uma colaboração internacional liderada a partir do ICRAR e do Observatório Astronômico Australiano para mapear o nosso Universo local em maior detalhe.

China seria a maior esperança de retorno do homem à Lua, diz jornal



Mais de 40 anos depois da chegada do homem à Lua, episódio protagonizado pelo comandante da Apollo 11 Neil Armstrong, que morreu no último sábado aos 82 anos, as perspectivas de um retorno da Nasa nos próximos anos são baixas, diferente do que se imaginava há três anos. Atualmente, a China é a única nação que fala sério a respeito de missões tripuladas à Lua. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. Enquanto os Estados Unidos, após terem cancelado planos de retomar explorações lunares, pretendem acelerar o desenvolvimento de um substituto dos ônibus espaciais e baratear o custo de manutenção dos atuais programas, a agência estatal de notícias chinesa afirmou que o País tem planos de pousar sua primeira sonda na Lua em 2013. Planejado longe dos olhos da mídia, o programa espacial chinês pretende construir um superfoguete com capacidade para impulsionar uma espaçonave tripulada na direção da Lua. A futura visita, porém, não deve acontecer em menos de uma década.

O maior ponto de exclamação do universo



O espaço sideral também faz lá suas metáforas. Um evento cósmico de grande porte, tal como uma colisão entre duas galáxias, merecia mesmo ser marcado no céu de maneira notável. E foi isso que a NASA fotografou na última semana: um gigantesco ponto de exclamação. A imagem, capturada pelas lentes de um telescópio, é de um evento que aconteceu a cerca de 450 milhões de anos-luz da Terra. Na peculiar classificação da astronomia, você pode chamar as galáxias colididas por três nomes: UCG 9618, VV 340 ou Arp 302. Seja qual for a denominação, o que acontece é uma aproximação entre duas massivas galáxias de conteúdo gasoso, em sua maioria. A tendência, conforme explicam os cientistas, é que ambas as galáxias se fundam com o passar dos milhões de anos. E se você está lamentando o destino de tais galáxias, a nossa própria muito provavelmente seguirá o mesmo caminho, e se fundirá com outras. Neste exato momento, a Via Láctea está em rota de colisão com a galáxia Andrômeda, que tem o dobro do seu tamanho. Uma se aproxima da outra a uma velocidade de 480.000 km/h – o que é uma lentidão modorrenta em termos estelares. Mas isso não muda o fato de que a fusão acontecerá um dia, e os astrônomos estimam que seja em cerca de 3 bilhões de anos. É uma pena que nenhum de nós vai ver a foto desse evento.

sábado, 18 de agosto de 2012

NASA começa a construir nave para missões de longa duração



A NASA deu início a um novo projeto para desenvolver uma "casa espacial", um habitáculo onde astronautas possam viver em missões com duração de até um ano. O habitáculo será a parte principal de uma nave para sustentar missões além da órbita baixa da Terra. Missões desse tipo estão sendo planejadas para estudar asteróides e a Lua, mas também poderão ser utilizadas para ir até Marte. O Deep Space Habitat - habitáculo do espaço profundo, em tradução livre - deverá fornecer aos astronautas acomodação, local de trabalho, exercícios e recreação, além dos laboratórios. A Estação Espacial Internacional tem tudo isso, e os astronautas têm vivido por lá em missões de seis meses há alguns anos. Contudo, a Estação Espacial é enorme, com várias acomodações - o novo habitáculo está para a Estação assim como um trailer está para um hotel. Mas o ponto de partida será justamente aquilo que já se aprendeu com a Estação Espacial. O primeiro protótipo usará a casca externa dos laboratórios atualmente em uso na Estação, e um módulo chamado MPLM (Multi-Purpose Logistics Module), uma verdadeira nave sem motores, que era usada para levar grandes cargas a bordo dos ônibus espaciais. O protótipo está atualmente sendo montado no Centro Espacial Marshall, devendo conter três elementos básicos: Um laboratório padrão da Estação Espacial e um MPLM - juntos, eles fornecerão o volume pressurizado necessário para acomodação e trabalho; um túnel para interligação dos elementos, contendo um espaço de despressurização, para permitir atividades extraveiculares; e um veículo de exploração espacial multi-missão (MPCV: Multi-Purpose Crew Vehicle) para atividades exploratórias de curto alcance. O conjunto todo deverá ter 4,9 metros de diâmetro e 17 metros de comprimento. A nave final deverá conter ainda uma nave Órion - sobrevivente do extinto projeto Constellation - e um estágio de propulsão, para que ambos tenham mobilidade autônoma. Os dois não serão incluídos neste protótipo porque o objetivo agora é testar as condições de habitabilidade, e nave e motorização não são essenciais nesse quesito.

Curiosity registra temperaturas superiores a 0ºC em Marte



A temperatura na cratera marciana Gale, local onde a Curiosity pousou que tem uma paisagem "parecida com a do Arizona", superou 0ºC, informou esta sexta-feira o chefe da missão. John Grotzinger, chefe científico da missão no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), em Pasadena (Califórnia), comemorou que os cientistas tenham novamente, graças à sonda, uma estação meteorológica em Marte. "Posso dizer que a temperatura máxima de ontem na superfície de Marte perto do robô foi superior a 0ºC, disse Grotzinger em entrevista coletiva, afirmando que a medição exata era de "276 Kelvin", ou 2,85°C. "Esta é uma referência muito importante para a ciência, pois a última estação meteorológica de longa duração em Marte remonta exatamente a 30 anos, quando a sonda Viking 1 deixou de se comunicar com a Terra em 1982", disse. Grotzinger também apresentou novas fotos, em uma das quais se podem ver claramente as diferentes camadas de rochas das colinas, cor de argila aos pés do Monte Sharp, que o robô deve subir durante seus dois anos de missão. "A borda da cratera (Gale) se parece um pouco com o deserto de Mojave (na Califórnia) e agora o que vêem é semelhante à região de Four Corners (cruz formada pelas quatro esquinas dos estados de Colorado, Arizona, Utah e Novo México), ou de Sedona, no Arizona, onde essas colinas e mesetas também são vistas", disse o cientista. "Deve haver minerais hidratados em todas estas camadas", acrescentou. Os cientistas acreditam que a área da cratera Gale tinha água no passado e as antigas formações geológicas do Monte Sharp podem ter conservado vestígios da vida passada.

Estudo mostra que o Sol é esfera mais perfeita da natureza



Que o Sol é uma bola redonda, todo mundo sabe. No entanto, por girar muito rápido deveria ter o diâmetro equatorial maior que o polar, mas um novo estudo mostra que isso não acontece, tornando nosso Sol o objeto mais esférico já observado na natureza. Por ser uma bola de gás em movimento de rotação muito forte, a região mais próxima do equador solar deveria ser mais alongada que nos pólos, similar ao que acontece em Júpiter onde a alta taxa rotação (uma a cada 10 horas) faz o gigante gasoso ser quase 7% maior no equador do que nos pólos. Agora, após diversos anos realizando medições do disco solar uma equipe de pesquisadores estadunidenses anunciou a primeira medição precisa da suposta protuberância equatorial e os resultados foram inesperados. De acordo com os resultados, o Sol não gera a protuberância esperada e a diferença entre o diâmetro polar e equatorial é de apenas 10 km. Nossa estrela tem 1.4 milhões de quilômetros de diâmetro e se redimensionarmos suas medidas para o tamanho de uma bola de praia essa diferença não chegaria nem à largura de um fio de cabelo humano. "Nós ficamos chocados", disse o astrofísico Jeffrey Kuhn, ligado à Universidade do Havaí e autor do estudo publicado na revista Science. Para termos uma idéia do que isso significa, apenas uma esfera artificial de silicone criada especialmente como padrão de pesos é conhecido por ser mais perfeita. Os resultados do trabalho é a culminação de mais de 50 anos de tentativas de medir o Sol com precisão, quase sempre prejudicadas pela presença da atmosfera da Terra, que distorcia as imagens. "Finalmente, conseguimos fazê-lo a partir do espaço", diz Kuhn. Para realizar as medições a equipe utilizou dados do satélite SDO, Laboratório de Dinâmica Solar, da Nasa, que precisou ser reorientado diversas vezes para registrar as mínimas variações da superfície da estrela. As observações são fundamentais para a compreensão do interior do sol, que gira em velocidades diferentes da mesma forma que o tráfego em uma autoestrada. Esta distribuição assíncrona de velocidade pode ser inferida a partir das medições do formato da estrela e também do modo como ela oscila. A nova medição mostra que as camadas exteriores do Sol se movem mais lentamente do que o esperado, o que segundo Kuhn pode ser causado pela turbulência abaixo da superfície. A equipe também procurou por mudanças na largura do Sol ao longo de um período de dois e que pudesse estar relacionada ao ciclo solar de 11 anos, mas descobriram que se essas variações estão lá, são muito pequenas para serem detectadas. Kuhn avisa que novas surpresas podem estar escondidas, já que Sol muitas vezes confunde aqueles que tentam prever o seu comportamento. "Cada vez que observamos o Sol sentimos que fomos enganados. E isso é maravilhoso!", afirma Kuhn.

Hubble observa aglomerados de estrelas em rota de colisão


Astrônomos usando dados do telescópio espacial Hubble captaram dois aglomerados repletos de estrelas massivas que podem estar nos estágios iniciais de fusão. Os aglomerados estão a 170.000 anos-luz de distância, na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia pequena, satélite da nossa Via Láctea. Inicialmente se pensava ser apenas um aglomerado no núcleo da região de formação de estrelas denominada 30 Doradus (também conhecida como a nebulosa Tarântula), mas foi encontrado uma composição de dois grupos que diferem na idade em cerca de um milhão de anos. Todo o complexo 30 Doradus tem sido uma região de formação estelar ativa por 25 milhões de anos, e atualmente é desconhecido quanto tempo esta região pode continuar a criar novas estrelas. Sistemas menores que se mesclam em outros maiores poderiam ajudar a explicar a origem de alguns dos maiores aglomerados de estrelas conhecidos. A cientista Elena Sabbi, do Space Telescope Science Institute em Baltimore, Maryland, e sua equipe começaram a olhar para a área durante a procura de estrelas em fuga, estrelas com movimento rápido que foram expulsas de seus berçários estelares onde se formaram. "Estrelas supostamente deveriam se formar em aglomerados, mas há muitas estrelas jovens no 30 Doradus que não poderiam se formar onde estão, elas podem ter sido ejetada a uma velocidade muito elevada a partir de 30 Doradus", disse Sabbi. Ela então percebeu algo incomum a respeito do aglomerado quando se olha para a distribuição das estrelas de baixa massa detectadas pelo Hubble. Não é esférica, tal como era esperado, mas tem características um pouco semelhante à forma de duas galáxias que se fundem onde as suas formas são alongados pela força da gravidade das marés. Indícios do Hubble para a fusão iminente vem de uma estrutura alongada em um dos aglomerados, e da mensuração de uma idade diferente entre os dois aglomerados. De acordo com alguns modelos, as nuvens de gás gigantescas, dos quais formam aglomerados de estrelas podem fragmentar em pequenos pedaços. Uma vez que esses pequenos pedaços precipitam estrelas, elas poderiam interagir e se fundirem para se tornar um grande sistema. Além disso, há um número extraordinariamente grande de estrelas de alta velocidade em torno de 30 Doradus que foram expulsas do núcleo de 30 Doradus, como resultado de interações dinâmicas. Estas interações são muito comuns durante um processo chamado de colapso do núcleo, em que mais estrelas maciças afundam para o centro de um aglomerado por interações dinâmicas com estrelas de menor massa. Quando muitas estrelas massivas alcançarem o núcleo, o núcleo torna-se instável e estas estrelas de grande massa começam ejetar as de menor massa a partir do aglomerado. O grande aglomerado R136 no centro da região 30 Doradus é muito jovem e já experimentou um colapso do núcleo. No entanto, uma vez que em sistemas menores o colapso do núcleo é muito mais rápido, o grande número de estrelas de fuga que foi encontrado na região de 30 Doradus pode ser melhor explicado se um pequeno aglomerado estiver incorporado ao R136. Estudos irão acompanhar a área com maiores detalhes e em maior escala para ver se outros aglomerados estarão interagindo com os observados. Em particular, a sensibilidade no infravermelho do futuro telescópio James Webb Space Telescope (JWST), vai permitir aos astrônomos olhar profundamente para as regiões da Nebulosa da Tarântula que são obscurecidas na luz visível. Nessas regiões as estrelas mais frias estão escondidas dentro de casulos de poeira. Esta descoberta fornece a compreensão dos detalhes da formação de aglomerados e como as estrelas se formaram no início do Universo.

Nas sombras da Nebulosa Pipe



A imagem acima, se assemelha à forma do spidery battleship, pilotado na corrida de aliens do mal chamado de Shadows, que acontece na série clássica de ficção científica da TV, Babylon 5, mas esse objeto é muito maior medindo muitos anos-luz de diâmetro. Ele também se aprece com misterioso vazio que separa uma região vasta e repleta de estrelas, mas essa forma cósmica estranha certamente não está vazia. Essa observação espetacular, mostra na verdade, parte da Nebulosa Pipe, também conhecida como Barnard 59 e foi registrada pelo instrumento conhecido como Wide Field Imager, acoplado ao telescópio MPG/ESO de 2.2 metros, localizado no Observatório de La Silla, do European Southern Observatory, no Chile. A nebulosa é uma espessa nuvem de gás e poeira interestelar, que bloqueia a luz proveniente das estrelas de fundo localizadas perto do centro da Via Láctea. A Nebulosa Pipe está localizada a aproximadamente 600-700 anos-luz de distância da Terra na direção da constelação de Ophiuchus. A forma e a questão de ser escura, pode num primeiro momento representar um mau sinal, mas essa nebulosa abriga uma grande promessa de vida com estrelas recém-nascidas. Olhando a imagem com detalhe e atenção, pode-se ver o brilho das jovens estrelas bem perto dos bolsões de gás da nebulosa que se colapsaram pela gravidade, se fundindo, brilhando e dando origem a novos sóis. Como um bônus, você deve ser capaz de registrar apagadas faixas azuis e vermelhas, essas faixas, nada mais são do que asteróides do próprio Sistema Solar, cruzando o campo de visão à frente da nebulosa, enquanto essa bela observação era realizada.

Galáxia espiral NGC 5033



A espetacular ilha do universo NGC 5033, localiza-se a 40 milhões de anos-luz de distância na constelação do norte, Canes Venatici. Esse retrato telescópico, revela detalhes intrigantes das linhas de poeira perto do centro brilhante da galáxia e os majestosos, mas apagados braços espirais. Pontuados com regiões rosa de formação de estrelas e aglomerados azuis de estrelas massivas, os braços se espalham por 100.000 anos-luz, com um tamanho similar ao tamanho da nossa Via Láctea. Sendo um exemplo bem estudado da classe das galáxias ativas Seyfert, a NGC 5033 tem um núcleo muito brilhante e variável. A emissão é provavelmente energizada por um buraco negro supermassivo. O brilhante núcleo e o centro rotacional da galáxia também parecem estar levemente deslocados sugerindo que a NGC 5033 é o resultado de uma antiga fusão galática.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

NGC 6888: A Nebulosa Crescente



A NGC 6888, também conhecida como a Nebulosa Crescente, é uma bolha cósmica que tem aproximadamente 25 anos-luz de diâmetro, e que foi inflada pelos ventos produzidos por uma estrela central, brilhante e massiva. Esse retrato colorido da nebulosa usa dados de imagens de banda estreita combinados numa paleta de cores do Hubble. Essa imagem mostra as emissões dos átomos de enxofre, hidrogênio e oxigênio nas tonalidades vermelhas, verde e azul, respectivamente. A estrela central da NGC 6888 é classificada como uma estrela do tipo Wolf-Rayet (WR 136). A estrela está expelindo seu envelope externo através de um vento estelar forte, ejetando o equivalente a uma massa do Sol a cada 10.000 anos. As complexas estruturas da nebulosa resultam provavelmente da interação do forte vento com material ejetado em fases anteriores. Queimando combustível numa taxa prodigiosa e perto do fim da sua vida, essa estrela deve deixar de existir por meio de uma espetacular explosão de supernova. Encontrada na constelação rica em nebulosas de Cygnus, a NGC 6888 está a aproximadamente 5.000 anos-luz de distância da Terra.

Impactos da Terra podem levar vida a outros mundos com mais frequência do que o esperado


Segundo um novo estudo, as chances de impactos de asteróides na Terra terem espalhado destroços de vida a Marte, Júpiter ou para fora do nosso sistema solar são maiores do que se pensava. Simulações de computador de detritos sendo lançados da Terra mostram que 100 vezes mais partículas acabam em Marte do que estudos anteriores haviam previsto. Os impactos de energia mais alta levam detritos a Júpiter, que abriga duas luas que podem ser passíveis de vida. Porém, apenas os organismos mais resistentes da Terra poderiam sobreviver à viagem. O estudo considera um reverso da teoria da “panspermia”, que diz que os precursores da vida, ou a própria vida, podem ter sido “entregues” por um impacto de meteoro na Terra primitiva. Igualmente, no entanto, os impactos da Terra podem lançar detritos carregados com micróbios ou pequenos organismos resistentes como ursos d’água, que já demonstraram a capacidade de sobreviver às duras condições do espaço. Outras simulações têm abordado a probabilidade de que os impactos da Terra semearam vida no sistema solar, sugerindo até que os restos da Terra poderiam ter chegado a lua Titã, de Saturno. Os cientistas fizeram as maiores simulações até agora, cada uma com mais de 10.000 partículas sendo ejetadas da superfície da Terra. Cada uma das cinco simulações de impactos considerou diferentes forças, com as partículas disparando em velocidades cada vez maiores. As partículas escaparam da atração gravitacional da Terra e então se moveram de acordo com a gravidade do Sol e dos planetas por 30.000 anos simulados. Ao considerar a fração de partículas que, eventualmente, colidiriam com Vênus e com a Lua, ou simplesmente espiralariam de volta para a Terra, os resultados da equipe são consistentes com as simulações anteriores. Mas o estudo mostra um aumento acentuado no número de partículas que chega a Marte, e pela primeira vez demonstrou a probabilidade de que um impacto chegaria a Júpiter: a chance é de 0,05% quando as partículas são lançadas a uma velocidade de 16,4 quilômetros por segundo. Segundo os pesquisadores, as pesquisas anteriores foram computacionalmente limitadas, por causa da tecnologia da época. Os números do novo estudo estão mais próximos da realidade. As taxas de impacto são ainda maiores porque os cientistas estão indo mais longe por muito mais tempo. A questão que fica é se algum impacto realmente transportaria carga viva que pode cumprir a hipótese da “panspermia”.

Cientistas descobrem um dos maiores conjuntos de galáxias



A Agência Espacial Americana (Nasa) anunciou nesta quarta-feira o descobrimento de um aglomerado de galáxias apelidado Fênix, pela constelação na qual se encontra, e que segundo os pesquisadores é um dos maiores e mais ativos objetos descobertos até agora no universo. Michael McDonald, do Instituto Tecnológico de Massachusetts em Cambridge, destacou em conferência telefônica que se trata de um objeto único que contém "a maior taxa de formação de estrelas jamais vista no centro de um conjunto de galáxias". O descobrimento foi possível pelas observações do observatório de raios-X Chandra, da Nasa, o Telescópio da Fundação Nacional de Ciências do Pólo Sul e outros oito observatórios internacionais. O aglomerado de galáxias, localizado a 5,7 bilhões de anos-luz da Terra, pode levar os astrônomos a repensar a forma destas estruturas colossais e das galáxias. McDonald informou que a superestrutura é também o maior produtor de raios-X de qualquer grupo conhecido e um dos mais sólidos. Além disso, segundo os dados colhidos, a velocidade de esfriamento de gás quente nas regiões centrais do agrupamento é a maior já observada, o que pode fornecer informação sobre como se formam as galáxias. "Apesar da galáxia central da maioria dos grupos ter estado inativa durante bilhões de anos, a galáxia central nesse grupo parece ter voltado à vida com uma nova explosão de formação estelar", explica McDonald, principal autor de um artigo que será publicado no número desta semana da revista britânica Nature. Como outros aglomerados de galáxias, Fênix contém uma enorme reserva de gás quente, que por sua vez tem mais matéria que todas as galáxias do conjunto combinadas, detectaram com o observatório de raios-X Chandra. O gás quente emite grande quantidade de raios-X, esfriando rapidamente o centro do aglomerado, o que provoca um fluxo de gás para o interior e a formação de um grande número de estrelas, o que não é muito habitual. Os astrônomos acham que o buraco negro supermassivo que costuma ser encontrado na galáxia central destes conjuntos bombeia energia ao sistema, o que evita que um esfriamento do gás ocasione uma explosão de formação de estrelas. No entanto, no caso de Fênix, os jatos de energia desprendidos do buraco negro gigante da galáxia central não são suficientemente potentes para prevenir o esfriamento, daí o grande nível de atividade. Os dados de Chandra e também das observações em outras longitudes de onda, apontam que o buraco negro supermassivo está crescendo muito rapidamente, cerca de 60 vezes a massa do Sol a cada ano. Uma taxa que os cientistas acham "insustentável", segundo Bradford Benson da Universidade de Chicago e coautor do estudo, já que o buraco negro é muito grande, com uma massa de aproximadamente 20 bilhões de vezes a massa do Sol. "Esse ritmo de crescimento não pode durar mais de 100 milhões de anos. Caso contrário, a galáxia e o buraco negro voltariam muito maiores que seus pares no universo próximo", aponta Bradford.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Estudo não encontra planetas em torno da Estrela de Barnard



A Estrela de Barnard é a quarta mais próxima do Sol, se contarmos as três estrelas do sistema da Alfa do Centauro isoladamente, a uma distância de apenas 6 anos-luz. Trata-se de uma velha anã vermelha, com apenas 14% da massa e 0.4% da luminosidade do Sol. Apesar da sua proximidade a estrela é visível apenas como uma estrela de magnitude 9 na direção da constelação do Ofíuco. O interesse na descoberta de planetas em torno desta vizinha do Sol é óbvio. Infelizmente, durante o século XX, foram feitas várias supostas deteções usando a técnica da astrometria que foram sucessivamente descartadas com o avanço da tecnologia e da precisão das medições. A existência ou não de planetas em torno desta estrela tem-se mantido por isso um problema em aberto. Agora, uma equipe liderada por Jieun Choi da Universidade da Califórnia, Berkeley, e que inclui, por exemplo, investigadores de referência como Geoff Marcy, Debra Fisher e John Johnson, acaba de publicar os resultados de 25 anos de observações da estrela pelo método da velocidade radial, com o espectrógrafo HIRES instalado no telescópio Keck I, em Mauna Kea, no Hawaii. O estudo não detectou nenhum planeta e é suficientemente preciso para impor restrições fortes quanto aos planetas que ainda poderão ser descobertos no sistema. As 248 observações, obtidas entre 1987 e 2012, têm uma precisão inicial de 20 m/s (baixa para os padrões atuais) mas o subconjunto de observações dos últimos 8 anos tem uma precisão excelente de 2 m/s. A análise destes últimos 8 anos de dados não encontrou nenhum sinal claro de planetas. A precisão das observações é suficiente para excluir a existência de planetas com massa superior a 2Mt (Mt = massa da Terra) e com períodos orbitais inferiores a 10 dias. Excluídos também estão planetas com massa superior a 10Mt e períodos orbitais até 2 anos. A menos que os planos das órbitas dos eventuais planetas sejam perpendiculares, ou quase, relativamente à nossa linha de visão, caso em que não seriam detectáveis pela técnica da velocidade radial, parece que é cada vez menos provável que a Estrela de Barnard tenha um sistema planetário com Terras ou Super-Terras com períodos orbitais curtos.

Índia anuncia projeto para enviar missão a Marte em 2013



O primeiro-ministro indiano Manmohan Singh afirmou, nesta quarta-feira, que o país planeja enviar uma missão especial para Marte já em 2013, com o objetivo de coletar informações científicas sobre o planeta. As declarações foram reproduzidas no jornal Daily Mirror. Singh aproveitou as cerimônias do 65º aniversário da independência do país para exaltar os avanços tecnológicos indianos. Apesar de não divulgarem o nome da missão, cientistas projetaram que o veículo espacial levaria aproximadamente 11 meses para se aproximar do solo marciano. Na última semana, a Nasa concluiu com sucesso o envio da sonda Curiosity a Marte, feito pioneiro no estudo do planeta. A Índia possui ativo programa espacial desde 1960.

Nova teoria tenta explicar formação da Lua



Cientistas propuseram uma idéia nova no longo debate sobre como a Lua foi formada. Há um certo consenso de que algum tipo de impacto de outro corpo celeste teria liberado material da jovem Terra, e os detritos resultantes coalesceram naquilo que hoje é a Lua. Mas os detalhes exatos do tamanho desse projétil cósmico e sua velocidade continuam sendo objeto de discussões. Agora, pesquisadores estão sugerindo que o evento teria envolvido um corpo muito maior e mais rápido do que se calculava anteriormente para o hipotético planeta Téia (ou Theia). Essas teorias precisam estar de acordo com o que já sabemos sobre a Lua, sobre os processos violentos que provocam a criação de luas em geral, e com o que as simulações de computador mostram sobre o ajustamento gravitacional que ocorre em seguida a um choque. Nos últimos anos, as melhores estimativas sobre como a Lua se formou davam conta de que um planeta do tamanho de Marte, chamado Theia, movendo-se com uma velocidade relativamente baixa, teria se chocado contra a jovem Terra. Isso teria aquecido os dois e lançado uma vasta nuvem de material fundido, material que teria resfriado e aglutinado, fazendo surgir a Lua. Essa teoria sugere que a Lua seria feita de material tanto vindo da Terra quanto de Theia, materiais que deveriam ser ligeiramente diferentes um do outro. O que complica essa história é uma série de observações de "composições isotópicas" - os índices de ocorrência de variantes naturais de alguns átomos - colhidas da Terra e de amostras lunares. Embora a Lua tenha um núcleo de ferro como a Terra, ela não tem a mesma proporção de ferro - e modelos de computador que dão suporte à idéia do impacto de Theia mostram exatamente a mesma coisa. No entanto, a relação entre os isótopos de oxigênio aqui e lá é quase idêntica, e nem todos os cientistas concordam em como isso pode ter acontecido. Para confundir ainda mais as coisas, cientistas relataram recentemente na revista Nature Geoscience que uma nova análise das amostras lunares trazidas pelas missões Apollo mostrou que a Lua e a Terra compartilham relações entre os isótopos do metal titânio estranhamente similares. Isso, segundo eles, deu peso à idéia de que a Lua foi de alguma forma "fatiada" da própria Terra. Agora, Andreas Reufer e seus colegas da Universidade de Berna, na Suíça, fizeram simulações que sugerem uma outra possibilidade: a de que um corpo muito maior e mais rápido teria dado um golpe ainda mais radical na jovem Terra. Eles afirmam que esse corpo teria perdido apenas uma pequena quantidade de material, e a maior parte dele teria seguido seu caminho depois do raspão com a Terra. Isso teria resultado em um disco de destroços da colisão muito mais quente, mas combina com o que seria necessário para gerar um corpo do porte da Lua. Os autores sugerem que, uma vez que a maior parte do que viria se tornar a Lua teria sido liberado da própria Terra, as semelhanças entre as proporções de isótopos devem ser mais acentuadas. Mas uma coisa é certa: análises de diferentes elementos presentes nas amostras lunares - e maiores simulações de computador que resultem em uma lua como a nossa - serão necessários para decidir o debate.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

écnica usada no flime "Armagedon" não salvaria a Terra, diz estudo



A história do cinema é recheada de cenas que desafiam as leis da física. Em alguns casos, o gênero “ficção científica” fica muito mais perto da ficção do que da ciência. Um estudo publicado nesta semana pesquisa especificamente uma cena para calcular se a idéia dos roteiristas poderia salvar a Terra – e a resposta é “não”. No filme “Armagedon”, de 1998, um asteróide ameaça colidir com a Terra. O personagem de Bruce Willis pousa no asteróide, o perfura e coloca uma bomba nuclear dentro dele para explodir o corpo celeste em dois pedaços que passam raspando de cada lado da Terra. Na vida real, isso não funcionaria. Os estudantes da Universidade de Leicester, na Inglaterra, que conduziram o estudo concluíram que a bomba de Willis teria tanto impacto na rocha quanto uma bombinha de São João e seria usada tarde demais, quando o planeta já estaria condenado, acrescentaram. “O nível da nossa tecnologia atual não é nem de perto suficiente para proteger a Terra de um asteróide como aquele usando este tipo específico de defesa de meteoros”, destacaram os autores do artigo intitulado “Bruce Willis poderia salvar o mundo?”. Os pesquisadores explicaram que explodir um asteróide daquele tamanho, com cerca de mil quilômetros de diâmetro, exigiria usar uma bomba 1 bilhão de vezes mais forte do que a maior bomba já detonada na Terra, a soviética “Grande Ivan”, que explodiu em um campo de testes em 1961. De qualquer forma, o asteróide teria que ser detectado muito mais cedo do que no filme, escreveram os cientistas no periódico da universidade, intitulado “Journal of Special Physics Topics”. Os 18 dias de prazo do filme “não dariam tempo para Bruce viajar ao asteróide e perfurá-lo até o núcleo, nem mesmo para partilhar momentos significativos com Ben Affleck ou Liv Tyler pelo caminho”, destacou o estudo. No filme, Liv Tyler interpreta a filha de Willis e Affleck, seu namorado. Na verdade, o asteróide teria que ser detectado e explodido a 13 bilhões de quilômetros da Terra, ou seja, nos limites do Sistema Solar, para dar às duas metades tempo suficiente para alterar o curso e não caírem no planeta. “Um método alternativo possível seria mover o asteróide com dispositivos de propulsão presos a ele”, explicou Ben Hall, de 22 anos, co-autor do estudo. “O que é certo é que a maior parte dos métodos exigiriam uma detecção muito precoce de um asteróide deste tipo e um planejamento muito cuidadoso para se chegar à solução”, concluiu.

Cientistas ouvem estrela "gritar" à medida que é devorada por buraco negro supermassivo dormente



Os astrofísicos detectaram, pela primeira vez, o sinal oscilante que anuncia os últimos suspiros de uma estrela vítima de um buraco negro supermassivo anteriormente dormente. Liderada por investigadores da Universidade do Michigan, EUA, a equipe documentou o evento com os telescópios de raios-X Suzaku e XMM-Newton. Estes instrumentos detectaram sinais semi-regulares na luz de uma galáxia a 3,9 bilhões de anos-luz na constelação de Dragão. Os sinais, cientificamente conhecidos como "oscilações quasiperiódicas," ocorreram firmemente a cada 200 segundos, mas ocasionalmente desapareciam. Tais sinais têm sido regularmente detectados em buracos negros menores e acredita-se expelirem material prestes a ser "sugado", explica Rubens Reis, pós-doutorado da Universidade e o autor principal do artigo publicado na revista Science Express. "Para que o buraco negro alimente uma estrela sendo despedaçada pela sua gravidade, os restos da estrela têm que formar um disco de acreção em torno do buraco negro," afirma Reis. "O disco aquece e conseguimos ver as emissões do disco muito perto do buraco negro em raios-X. À medida que esta matéria cai, oscila quasiperiodicamente e esse é o sinal que detectamos." "Podemos associar os sinais como o ouvir de um grito da estrela à medida que é devorada," acrescenta Jon Miller, professor de astronomia da Universidade do Michigan e co-autor do artigo. Os investigadores comparam o sinal com um som porque este repete-se a uma frequência característica, que dizem assemelhar-se com um Ré-sustenido ultra-baixo. Os cientistas foram capazes de "ver" este evento com o Telescópio Swift da NASA o ano passado, mas não conseguiram detectar as oscilações dessa vez. As oscilações foram documentadas em buracos negros de massa estelar com cerca de dez vezes a massa do Sol na nossa Via Láctea. Também foram observadas num buraco negro supermassivo no núcleo de uma galáxia ativa vizinha. Os cientistas nunca tinham identificado um sinal quasiperiódico de um núcleo galáctico latente que havia sido reativado, nem tinham observado um evento como este assim tão longe. "A nossa descoberta abre a possibilidade de estudar órbitas perto de buracos negros muito distantes, e pode tornar possível o estudo da relatividade geral sob condições extremas," afirma Miller. Para Reis, as descobertas confirmam a firmeza da física dos buracos negros. "Isto diz-nos que o mesmo fenômeno físico que observamos nos buracos negros de massa estelar é também observado nos buracos negros com um milhão de vezes a massa do Sol, e também em buracos negros previamente adormecidos," afirma. "Relaciona-se com a natureza invariante da física, o que acho muito bonito." Os investigadores detectaram a quasiperiodicidade nos sinais dos observatórios espaciais Suzaku da NASA e JAXA e do XMM-Newton da ESA. Para confirmar que o sinal não era apenas ruído, criaram um espectro de força dos sinais, que envolveu a contagem do número de fótons que os telescópios recebiam da fonte em função do tempo. É um modo de quantificar ligeiras flutuações na luz que não podiam de outro modo ser detectadas. O seu espectro de força confirmou a existência das oscilações quasiperiódicas no sinal. O evento foi originalmente detectado com o telescópio de raios-gama Swift da NASA.