A Estrela de Barnard é a quarta mais próxima do Sol, se contarmos as três estrelas do sistema da Alfa do Centauro isoladamente, a uma distância de apenas 6 anos-luz. Trata-se de uma velha anã vermelha, com apenas 14% da massa e 0.4% da luminosidade do Sol. Apesar da sua proximidade a estrela é visível apenas como uma estrela de magnitude 9 na direção da constelação do Ofíuco. O interesse na descoberta de planetas em torno desta vizinha do Sol é óbvio. Infelizmente, durante o século XX, foram feitas várias supostas deteções usando a técnica da astrometria que foram sucessivamente descartadas com o avanço da tecnologia e da precisão das medições. A existência ou não de planetas em torno desta estrela tem-se mantido por isso um problema em aberto. Agora, uma equipe liderada por Jieun Choi da Universidade da Califórnia, Berkeley, e que inclui, por exemplo, investigadores de referência como Geoff Marcy, Debra Fisher e John Johnson, acaba de publicar os resultados de 25 anos de observações da estrela pelo método da velocidade radial, com o espectrógrafo HIRES instalado no telescópio Keck I, em Mauna Kea, no Hawaii. O estudo não detectou nenhum planeta e é suficientemente preciso para impor restrições fortes quanto aos planetas que ainda poderão ser descobertos no sistema. As 248 observações, obtidas entre 1987 e 2012, têm uma precisão inicial de 20 m/s (baixa para os padrões atuais) mas o subconjunto de observações dos últimos 8 anos tem uma precisão excelente de 2 m/s. A análise destes últimos 8 anos de dados não encontrou nenhum sinal claro de planetas. A precisão das observações é suficiente para excluir a existência de planetas com massa superior a 2Mt (Mt = massa da Terra) e com períodos orbitais inferiores a 10 dias. Excluídos também estão planetas com massa superior a 10Mt e períodos orbitais até 2 anos. A menos que os planos das órbitas dos eventuais planetas sejam perpendiculares, ou quase, relativamente à nossa linha de visão, caso em que não seriam detectáveis pela técnica da velocidade radial, parece que é cada vez menos provável que a Estrela de Barnard tenha um sistema planetário com Terras ou Super-Terras com períodos orbitais curtos.
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