domingo, 12 de agosto de 2012

Porque Ganimedes merece nossa atenção



Astrobiologia. Já ouviu falar? É uma área bem recente, que surgiu no início dos anos de 1960 e que se debruça sobre a compreensão das condições em que a vida pode existir ou ser preservada no cosmos. Em português simples: procura vida extraterrestre. Dentro desse contexto, Ganimedes merece nossa atenção, pois detém vários elementos para a vida existir, de acordo com a física Emma Bunce, da Universidade de Leicester, no Reino Unido. Como, por exemplo, um próprio oceano, auroras e oxigênio. Descoberta pelo astrônomo alemão Simon Marius (1573-1624) e pelo físico italiano Galileu Galilei (1564-1624), ela é a maior lua de Júpiter e do nosso sistema solar, com um diâmetro aproximado de 5.262 quilômetros. Mas seu diferencial reside na sua composição, composta por um núcleo rochoso com um manto de água e gelo, e uma crosta de rocha e gelo. Agora, a Agência Espacial Européia confirmou oficialmente que irá até lá. Os custos aproximados giram em torno de 1 bilhão de euros, cerca de R$ 2,3 bilhões, uma quantidade curiosa para tempos de crise. Juice, esse é o nome da espaçonave, cujo fim de jornada será a órbita da lua Ganimedes, a fim de responder a algumas questões. Por exemplo, quão profundo é o oceano dessa lua? E ele existe por toda a lua ou está espalhado, mais como lagos? Além disso, cientistas querem compreender melhor o campo magnético dessa lua, a única com um campo magnético em todo o sistema solar. Entender esse campo e como ele interage com o campo de Júpiter é um dos pontos chave. “Ganimedes é um ambiente bastante rico, por isso estamos todos excitados”, afirma Bunce. Mas seu lançamento está planejado somente para 2022, com previsão de chegada em Ganimedes em 2032. A maior lua de Júpiter recebe esse nome em homenagem ao belo e jovem amante de Zeus (correspondente ao Júpiter romano), segundo a mitologia grega. Conta a lenda que Zeus se apaixonou pelo jovem enquanto Ganimedes pastoreava seu rebanho no Monte Ida. Zeus então apareceu transfigurado como uma águia e o levou para o Monte Olimpo, onde Ganimedes se tornou empregado dos deuses, servindo-lhes bebidas em seus banquetes. Isso provocou a ira de Hera e, por isso, Zeus colocou a imagem de Ganimedes entre as estrelas, na forma da constelação de Aquário, o carregador de água, para sempre lembrar de seu amado. Pondo as lendas de lado, muitos afirmam que essa é uma alegoria para justificar a homossexualidade entre os gregos antigos.

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